02 maio 2005

Urgente: Berço da Poesia pode perder parte de sua história

As chuvas chegaram, trouxeram alegrias aos agricultores e ao mesmo tempo, a possibilidade de perdermos um dos marcos arquitetônicos do centro antigo de São José do Egito. A antiga usina de algodão, do ex-prefeito falecido Inácio Valadares, está com paredes comprometidas e algumas de suas partes ameçam ruir.
Ano passado o telhado do setor que abrigava um estacionamento caiu, agora, a parte que fica voltada para a antiga Sanbra e ligada a antiga Escola Cenecista São José, apresenta rachaduras. A falta de manutenção na estrutura é o principal motivo para o agravamento da situação.
A usina foi desativada na década de 70, quando a plantação de algodão entrou em crise na região, e depois do retorno da herdeira do prédio, Clene Valadares, que morava nos Estados Unidos, vários grupos culturais, literários, esportivos e de educação lá se instalaram. Durante vários anos, a produção cultural egipciense fez do local abrigo para realização de reuniões e até mesmo sede de entidades.
Uma das edificações mais antigas do município, a usina, mesmo sendo propriedade particular, é notoriamente um patrimônio histórico de nossa terra. A idéia de Clene é transformar o prédio em faculdade e/ou centro cultural. Não dispondo de recursos financeiros, a única ferramenta que dispõe para assistência à estrutura física do local é o constante apelo para a sua preservação.
Pedimos a todos os nossos amigos, que incentivem a manutenção da antiga usina de algodão, e a melhor forma é ser contra qualquer atitude de demolição de partes afetadas. Isso seria um paliativo estupidamente perverso contra a nossa história. O interesse deve partir, inclusive, do setor público, em buscar alternativas de garantir que a edificação seja mantida como de origem.
Seja contra qualquer ato que sugira a demolição de partes do prédio. Vamos repassar a idéia de transformação do local em espaço cultural e que a parte física, pelo menos externa, seja mantida como de sua construção.
(texto e foto de Geraldo Palmeria Filho em www.saojosedoegito.com)

Area danificada da usina Posted by Hello

01 maio 2005

informativo

Segue texto de Luciana Rabelo e meu:

Uma das mais antigas e belas construções do sertão pernambucano está ameaçada. O prédio da antiga usina de beneficiamento de algodão - localizado na cidade de São José do Egito, no Vale do Pajeú – com as últimas chuvas caídas este ano na região a situação ficou ainda mais crítica tendo caído o telhado de um dos salões. Inaugurada na década de 20, do século passado, a história da Usina se confunde com a história do Pajeú.
Era a Usina que fornecia energia elétrica para a cidade de São José do Egito, até a década de 60. Era no espaço da Usina - que ocupa mais da metade de um quarteirão – onde eram ensaiadas e encenadas as peças teatrais apresentadas na cidade, entre os anos 40 e 60. Na década de 60, após o golpe militar e o falecimento do proprietário e político Inácio Mariano Valadares, a Usina foi fechada. Em 1980, a construção foi retomada e ocupada por uma das herdeiras: a poetisa e professora Clene Valadares, filha do antigo proprietário. O espaço começou a funcionar como centro cultural, com aulas de capoeira, teatro e línguas. Hoje, o prédio sede dessas atividades artisticas e cidadãs se encontra em estado de precária manutenção. Clene como coordenadora do espaço coloca que a ajuda que recebe, é muito mais de mão de obra e boa vontade que ajuda financeira - "as pessoas mais carentes são as que mais me ajudam". O prédio, que inda dispõe de parte do maquinário de usina como caldeiras e dínamo, além de abrigar esse conjunto de atividades, funciona como museo informal, estando aberto a visitantes, além de ser a morada da poetiza que arriscando nas artes plásticas ornamenta e decora o prédio com pinturas e mosaicos. Clene, que durante a ditadura militar teve que sair do país, ciganou por varios lugares do mundo, se diz forte admiradora de Gaudi, talvez muita coisa que faz tenha essa influência. A cidade de São José do Egito, sua terra natal, é conhecida mundialmente como o berço da poesia popular, berço dos mais aclamados repentistas. A riqueza cultural do povo da Região, povo contador de ‘causos’, piadas, poesias e de cantoria faz da região uma terra realmente sagrada. Todos precisamos estar atentos ao valor histórico e cultural da construção, que deveria ser tombada e assim continuar a ser utilizada para abrigar um centro cultural beneficiario de toda a região.

versos

(...)
Foram dias tão bonitos
Quanto as estrelas do céu
Posto qu'estas, com seu véu
Faziam parte da festa
Trazendo aquilo que resta
Dos meus sonhos infantis
Por trás da igreja matriz
Oh Usina estás sem vida
De mágoa, aberta, ferida
Do bem que quero e quis.

Anaira conta histórias do antigo "salão grande". Posted by Hello

Caldeira Posted by Hello

As janelas da usina. Posted by Hello

Aula de capoeira na esquina da usina. Posted by Hello

marcolina

Mamãe véia Marcolina Kariri Xocó, Pipipã... do povo das Macambiras Avó véia, anciã avó da minha avó Rita Que resistiu nesse tempo Raiz da te...